Economia de Energia com Horário de Verão pode Chegar a R$ 400 Milhões em 5 Meses

 

A possível retomada do horário de verão no Brasil pode gerar uma economia de até R$ 400 milhões na operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) entre os meses de outubro e fevereiro. O dado foi apresentado por especialistas do setor energético, que ressaltam os impactos positivos dessa medida para o sistema elétrico do país.

A mudança no horário, que tradicionalmente é adotada para aproveitar a luz natural e reduzir o consumo energético no final do dia, também ajuda a aliviar a pressão sobre o SIN nos meses de maior demanda. Durante o verão, o consumo de energia elétrica aumenta significativamente em virtude do uso de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e outros eletrodomésticos para amenizar o calor. Ao deslocar o período de maior uso de energia para horários em que a luz solar ainda está disponível, o horário de verão contribui diretamente para uma maior eficiência na distribuição elétrica.

Segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE), a economia financeira, além de representar um alívio para o SIN, pode impactar positivamente os preços da energia, beneficiando tanto consumidores residenciais quanto grandes indústrias. “A adoção do horário de verão contribui para uma operação mais estável do sistema, reduzindo a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que possuem um custo mais elevado de geração”, comenta um representante da ABRACE.

A economia estimada de R$ 400 milhões seria suficiente para atenuar parte do custo de operação das usinas térmicas e de outras fontes de geração menos eficientes, que normalmente são acionadas nos momentos de pico de consumo. Esse valor economizado pode, em tese, reduzir a pressão sobre as tarifas, proporcionando um impacto indireto no bolso do consumidor.

Declarações do Ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou recentemente em entrevista que, apesar da maior seca em 94 anos, o Brasil não corre risco de apagões em 2024. Ele destacou que medidas preventivas, como a redução da vazão de hidrelétricas, foram adotadas para evitar um colapso no setor energético. O ministro também indicou que o retorno do horário de verão está sendo avaliado como uma "possibilidade real", ressaltando que o tema está em discussão em diversas áreas do governo.

“O horário de verão é uma possibilidade real, nós estamos trabalhando nesse sentido. Eu estou dialogando firmemente com todas as áreas do governo, porque o horário de verão é transversal, tem um impacto energético, mas tem também um impacto na economia, em alguns setores muito positivo, outros nem tanto”, afirmou Silveira.

Tradicionalmente, o horário de verão no Brasil começa no primeiro domingo de novembro e termina no terceiro domingo de fevereiro, sendo adotado em parte do território nacional. Contudo, a retomada da medida, cogitada para 2024, ainda depende de uma decisão final, que está sob a responsabilidade do Presidente da República.

Impacto Energético e Econômico

A possível economia de R$ 400 milhões gerada pela medida se tornaria um importante fator para equilibrar o sistema elétrico brasileiro. Especialistas argumentam que, além de reduzir a pressão sobre o SIN, o horário de verão pode evitar o acionamento de usinas térmicas, que possuem custo elevado, e gerar impactos econômicos positivos em alguns setores, como o de turismo e serviços. No entanto, há também setores que apontam impactos negativos, como o agronegócio e o varejo.

O horário de verão, suspenso em 2019, segue como uma medida controversa, mas que, diante da atual conjuntura energética, pode representar um alívio significativo para o Brasil.

  Revista Negócios
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