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Digitalização dos pequenos negócios deve avançar ainda mais até 2022

SEX. 03 JUL

Nos próximos dois anos, os pequenos negócios afetados pelo novo coronavírus devem retomar suas atividades usando ainda mais a tecnologia. A avaliação foi feita pelo presidente do Sebrae, Carlos Melles, durante o Futurecom Digital Summit, no painel “Três anos de Transformação Digital em três meses: Como será a Sociedade do ponto de vista de saúde, educação, econômico e social em 2022?”. O evento, realizado nesta quinta-feira (2), pela internet, teve como tema central o mundo além da pandemia, com a participação de vários players do mercado de telecomunicações, tecnologia, agronegócios, indústria 4.0, entre outros.

“Certamente em 2022 os negócios não serão iguais aos atuais. O digital ganhará mais espaço e o comércio e os serviços serão os maiores impactados”, observou Melles. Segundo o presidente do Sebrae, a instituição está conectada com um universo de importantes atores no segmento digital, para que atender às necessidades das micro e pequenas empresas. “Apesar da tecnologia ser um dos caminhos para os pequenos negócios, o modelo tradicional ainda prevalecerá por um tempo em alguns locais. Mas a inovação nos pequenos negócios e nas startups é um caminho sem volta”, ressalta Melles.

No debate, Carlos Melles ressaltou que o Sebrae já vem atuando no fortalecimento dos pequenos negócios digitais e nas parcerias, o que vem acontecendo principalmente depois da pandemia. Ele citou o projeto desenvolvido com grandes empresas que atuam no e-commerce, cujas plataformas estão sendo usadas pelas micro e pequenas empresas para negociar seus produtos. Melles explicou que o processo de digitação começou a acontecer no ano passado, mas com a pandemia, teve de ser acelerado e já se encontra em estágio bem avançado. “O que era para ser feito em muito tempo, acabou acontecendo em três meses”, comenta o presidente do Sebrae.

O Futurecom Digital Summit reuniu representantes de vários setores diretamente afetados pela pandemia. Segundo o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, que avaliou os efeitos do covid-19 no setor da saúde, o surgimento da doença reiterou que é necessário um maior investimento na área. “O grande avanço é que tivemos a possibilidade de discutir as deficiências na saúde de forma mais transparente”, ressaltou Sidney. “Devemos ter os médicos na pontas e para se chegar em outras regiões por meio da telemedicina”, acrescentou.

Conforme Carlos Henrique Ribeiro, chefe da Divisão Acadêmica de Engenharia da Computação do ITA, a crise causada pelo coronavírus trouxe para a educação a experiência do estudo remoto. “A mudança está estabelecida e veio para ficar”, diz Ribeiro. A experiência, segundo ele, deve ser usada com maior frequência pelos professores para apresentar conteúdos em sala de aula, mas não deve ser o único meio usado pelos estudantes. “A tecnologia vai ser maior nas escolas tradicionais. O sistema será misto, mas haverá uma mudança cultural”, avalia.

“Já estamos vivendo muitas mudanças e vamos ver outras ainda mais significativas”, observa Luís Cabral, presidente da Caribben and Latin América – CSG. O executivo afirma que as transformações já são sentidas no contexto do comércio, como observou Carlos Melles, e na interação social, mas o processo tem que ser mais profundo e o sistema precisa ser melhor preparado para se adaptar aos novos modelos de evolução tecnológica. “As mudanças foram aceleradas e não tem mais retorno, principalmente nas estruturas das empresas de tecnologia”, afirma Cabral.

Reconhecido como a principal plataforma de conteúdo e relacionamento do Ecossistema de Tecnologia na América Latina, o Futurecom leva para o ambiente digital debates, estudos de casos e discussões. Os temas abordados envolvem as formas mais eficientes de adoção das mais recentes tecnologias exponenciais e principais tendências na gestão de negócios em tempos de pandemia. Desde o dia 22 de junho até esta quinta-feira, foram discutidas alternativas de como as empresas têm operado e podem avançar com mais agilidade, flexibilidade e segurança, a partir do surgimento do coronavírus.

Agência Sebrae

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