O investimento em imóveis certamente é algo rentável para qualquer pessoa que deseja investir uma renda. Quando se fala no mercado imobiliário dos Estados Unidos, é interessante observar as semelhanças e algumas diferenças em relação à maneira que as transações deste tipo são feitas no Brasil. E uma boa notícia é que, mesmo com o dólar em alta, é possível encontrar boas opções para quem deseja desde já adquirir algo na terra do “Tio Sam".
Profissional licenciado em empréstimo imobiliário, Julio Silva atua há mais de 17 anos no setor de hipotecas no estado da Flórida. Ele detalha o primeiro passo para quem deseja comprar algo por lá: “Aqui no banco iniciamos pela pré-aprovação após uma análise de qualificação do cliente. Ao término dessa fase, fazemos uma carta sobre o quanto esta pessoa pode buscar em uma casa no mercado”.
Aí vem a primeira diferença em relação aos métodos aplicados no Brasil: “Nos EUA esse trabalho é algo descentralizado. Por exemplo, somos um banco especializado em financiamento imobiliário, enquanto no Brasil os grandes bancos fazem tudo, por exemplo, a Caixa, que é a instituição normalmente procurada pelos brasileiros para fazer isso”, conta.
Para fazer o financiamento de um imóvel em terras americanas, Júlio Silva conta os caminhos: “Existe um processo de pré-qualificação onde nós iremos determinar o melhor tipo de financiamento para o cliente. Se for um cliente residente (vive nos Estados Unidos) ou ainda se é um estrangeiro, que mora no exterior, com interesse em comprar uma propriedade nos EUA. Então nós determinamos qual o melhor tipo de programa de financiamento e baseado na documentação que o cliente apresente, a comprovação de renda, crédito, comprovação de patrimônio líquido, é que irão determinar o melhor caminho”.
Um detalhe interessante é que existe até a possibilidade da pessoa comprar um imóvel, mesmo sem nunca ter visto pessoalmente. À primeira vista tal ideia pode parecer arriscada, mas Júlio mostra que ela é comum e sem perigos: “Existem várias imobiliárias e corretores oferecendo uma solução onde eles fazem a ‘virtual tour showing’, que é apresentação das casas através de videoconferência. Tenho atendido diversos clientes que escolheram sua casa morando no Brasil e fizeram todo o processo de compra a distância. É bem simples, toda documentação enviada online e no closing (assinatura do contrato), o cliente realiza o fechamento no Brasil, assinando os documentos no cartório e depois envia os documentos originais para os Estados Unidos para a conclusão da transação”.
Júlio Silva destaca ainda os tipos de imóveis que os brasileiros mais procuram nos EUA. “Existem dois cenários bem definidos. Os clientes que buscam uma casa para moradia, ele tem interesse em migrar para os EUA, logo eles buscam bairros residenciais com boas escolas e uma boa infra estrutura. O outro cliente é o investidor em busca de oportunidade de investimento. Na região de Orlando, é muito comum o investidor estrageiro buscar por casa de férias, as Vacation Homes, onde eles têm a oportunidade de ficar na própria casa durante suas férias e quando está desocupada, colocam para locação de curta temporada, gerando assim renda com o imóvel”.
Por outro lado, mesmo com a alta do dólar, o mercado pode ter tido uma queda, mas nem por isso deixam de investir, reforça o brasileiro. “Houve uma queda no volume de transações, muitas pessoas estão aguardando o dólar "dá uma acalmada". Outro motivo é em relação às fronteiras, o fato de estarem fechadas foi um grande agravante para o mercado. Ainda assim, todos os dias estamos fazendo contratos para brasileiros que moram fora que estão comprando na América”.
Sobre a localização, ele conta que as cidades mais procuradas pelos brasileiros estão na região da Flórida: “Tenho visto muita procura pela região de Orlando e região do Sul da Flórida, em especial a região de Miami, Boca Raton e Deerfield Beach”.
Julio Silva é amigo da empresária Sophia Utnick. Ela, que é a proprietária da Utnick Production, empresa que já revelou diversos talentos da música, vive nos Estados Unidos, e conta com o trabalho de Julio para fazer seus investimentos imobiliários: “Ela é uma amiga desde os tempos de High School. Estudamos juntos na Somerville High School 20 anos atrás e somos próximos desde então. Tenho acompanhado o sucesso da Sophia e fico muito feliz pela nossa amizade até hoje. Tenho feito todos os financiamentos imobiliários dela, lembrando: eu trabalho somente com financiamento, não faço venda de imóveis. Tenho a grata satisfação de tê-la como amiga e é muito bacana acompanhar toda a evolução nesse país, afinal somos imigrantes brasileiros. Isso é o mais bacana, apoiarmos uns aos outros. Tenho muito orgulho de tudo que estamos construindo nesse país”, completa.