Crédito: Divulgação

Desejo pela exportação cresce mesmo durante a pandemia

 

Nos últimos anos, diversos empreendimentos gastronômicos brasileiros deram início ao projeto de expansão de suas franquias para outros países. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2010 havia apenas 65 empresas brasileiras operando fora do país. Seis anos depois, em 2016, os números cresceram para 134 marcas presentes em mais de 100 países. Entretanto, levar uma rede para o exterior é mais complexo do que parece: o processo para internacionalização começa antes mesmo de a empresa cogitar a ideia e permanece até ela estar de fato inserida em outro país.

De acordo com o especialista Jameson Moreira, professor de Estratégia Empresarial no ISAE Escola Negócios, o principal passo para dar início a expansão internacional é o planejamento. “Para expandir é preciso entender se há mercado para o produto no outro país. Pensar em tamanho de mercado, renda per capita dos habitantes do país, hábitos de consumo, escala de produção, capacidade de investimento, entre outros aspectos”, diz. Isso quer dizer que para promover a expansão internacional é exigido do franqueador muito mais preparo do que o aumento de unidades nacionalmente.

Entre as empresas brasileiras que estão dando início a esse processo está a rede paranaense Bangalô dos Pastéis. Para Alessandro Santos, diretor de marketing da marca, a captura de novos mercados, o desejo de aumentar o valor da marca e a saturação do mercado nacional são alguns dos principais fatores que levaram a empresa a entrar no PEIEX – Programa de Qualificação para Exportação oferecido pela Apex-Brasil. “Já iniciamos a qualificação e estamos nos preparando para a exportação, fechando contratos e parcerias”, conta.

A rede Bangalô dos Pastéis nasceu em Guaratuba, no litoral do Paraná, em 2005, e hoje conta com nove unidades espalhadas pelos estados do Paraná e Santa Catarina. Em 2020, para contornar os obstáculos da pandemia, a empresa lançou sua linha exclusiva de congelados, massas e condimentos, disponíveis em restaurantes e grandes supermercados. “A pandemia acabou destruindo o planejamento anual das empresas do setor da alimentação fora do lar, então fomos obrigados a desenvolver novos projetos, conceitos e formas de atuação. Foi aí que resolvemos investir fortemente em uma linha de congelados e condimentos, levando o Bangalô dos Pastéis para a casa dos brasileiros”, explica Alessandro.

Segundo o diretor de marketing, as oportunidades para a exportação surgiram junto com o crescimento da nova linha. “A partir do lançamento, começamos a receber dezenas de contatos do Brasil e, surpreendentemente, do exterior”, revela. Para os próximos seis meses, a rede pretende fortalecer a marca nacionalmente, abrindo novas unidades também na região sudeste do país, para que, até o início de 2022, a internacionalização se torne realidade. “O nosso objetivo é começar pelo Mercosul e ir subindo, sem pressa. Queremos focar em excelência antes de quantidade”, complementa Alessandro. Desde o início da pandemia, o Bangalô dos Pastéis já produziu mais de 3300 pacotes de massa, totalizando mais de 33 toneladas direcionadas tanto para franquias quanto para linha de varejo. Após a pandemia, a meta é triplicar esses números.

  Revista Negócios
 Veja Também