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A contribuição da Arquitetura no combate ao Coronavírus

QUI. 30 ABR

A pandemia do Covid-19 atingiu o comércio do mundo inteiro. Ruas vazias, lojas fechadas são cenas marcantes nestas últimas semanas. Aos poucos, o Governo do Rio Grande do Norte, assim como dos demais Estados, começa a liberar a reabertura do comércio. Para as empresas que já estão aptas para funcionar, é preciso se reinventar, pois todo transtorno causado pela doença vai obrigar o comércio a promover mudanças radicais, mesmo as micro e pequenas empresas, os empresários irão ter que descobrir novas formas de atendimento. Restaurantes, por exemplo, que conseguiam atender 500 clientes, vão precisar de orientação de um arquiteto para realizar as devidas mudanças que possam garantir a segurança de todos.

Os arquitetos e Urbanistas terão um papel fundamental para que essas transformações se concretizem, inserindo novas práticas sociais em seus projetos, além de importantes recomendações para a sociedade. “A ideia é que todos os profissionais do segmento estejam aptos aos novos desafios que serão lançados, reinventado as tradicionais tipologias de espaços de vida e trabalho e colocando em cheque a tradicional divisão espacial entre estes dois âmbitos”, explica a gerente técnica do Conselho de Arquitetura do Rio Grande do Norte, Lilian Brito. De acordo com a representante do CAU/RN e também arquiteta, a tendência é que a arquitetura, de modo geral, continue a evoluir, acompanhando as transformações que o Coronavirus trouxe e as mudanças consequentes do novo estilo de vida e trabalho.

“Supermercados, empresas, shoppings e as nossas próprias casas poderão passar por mudanças e cabe o arquiteto orientar e fazer essas modificações com responsabilidade, seguindo as normas do Organização Mundial de Saúde, sem esquecer que a arquitetura proporciona a concepção de ambientes agradáveis para relaxar, trabalhar e se divertir, com segurança”, enfatiza a gerente técnica.

Entre os pontos levantados para esse momento é a composição espacial dos ambientes, que podem ser uma boa aliada no combate e prevenção ao novo coronavírus. Um dos alicerces da chamada arquitetura bioclimática, a ventilação natural, é um recurso que acaba se tornando fundamental para gerar locais mais confortáveis e, acima de tudo, saudáveis. “Aproveitar as vantagens do vento, infinito, renovável e gratuito, como uma ajuda preciosa da natureza, faz com que os cômodos fiquem mais arejados, o que é um dos aspectos apontados por especialistas como importante para frear a propagação da COVID-19”, ressalta Lilian Brito e acrescenta que esse trabalho é imprescindível em espaços com idosos ou pessoas com doenças preexistentes.

O Arquiteto e Urbanista também será o responsável na escolha dos materiais de acabamento utilizados em pisos e paredes. O ideal é que seja um material que possa ser higienizado adequadamente, função relevante no processo de controle de transmissibilidade de doenças. A possibilidade de limpeza de paredes, pisos, bancadas de cozinha e banheiro, vidros de portas e janelas é uma providência simples e possível de ser realizada com os materiais domissanitários regularmente utilizados nas limpezas residenciais.

Os restaurantes e lanchonetes, assim como o comércio em geral, já começa a buscar soluções para se adaptarem às normas impostas para abrirem suas portas ou, simplesmente, continuarem abertos. São mudanças que exigem agilidade e criatividade. Além de obedecer todos os critérios decreto vigente relacionados a higiene, é preciso também seguir regras de distanciamento, ou seja, será preciso readequar os espaços, pois a ideia de restaurante lotado, com mesas bem próximas umas das outras foge completamente do padrão exigido atualmente pelos órgãos competentes.

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