A região do Seridó, no Rio Grande do Norte, está entre uma importante rota comercial do setor têxtil do Nordeste brasileiro. As cidades dessa área servem como ponto de passagem de caravanas comerciais que trafegam dos estados do Ceará e Maranhão em direção a Pernambuco, mais precisamente a cidade de Caruaru. O Sebrae no Rio Grande do Norte e a Prefeitura de Caicó estão aproveitando esse fluxo para potencializar atividades econômicas tradicionais da região, como as indústrias de confecções e de bonelaria, e vão criar o Complexo Industrial de Serviços e Comércio do Seridó (Ciscom), um amplo conglomerado empresarial capaz de comportar empresas do setores de comércio, serviços e indústria do Seridó, apoiadas na tríade sustentabilidade, pessoas e lucro.
O espaço terá toda infraestrutura para receber as empresas e será implantado em uma área de 468 mil metros quadrados, sendo somente 58 mil metros quadrados de estacionamento, situado às margens da RN-118, em Caicó, à altura do Km 116, já nas proximidades da divisa com o município de Jucurutu. A menos de três quilômetros do centro da cidade, é nessa área onde está o principal elo entre as localidades dos sertões do Rio Grande do Norte e da Paraíba, a BR-427, e por isso, essas rodovias integram estratégica rota de comércio inter e intrarregional.
“Estima-se que passam semanalmente por essa região entre 60 e 80 ônibus de comerciantes que descem do Maranhão, Ceará, Piauí e também daqui, da Paraíba, em buscam de compras de roupas e confecções nas regiões de Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, em Pernambuco. Todos eles voltam pelo Seridó no domingo. A gente quer aproveitar essa rota e, com essa estrutura do Ciscom, gerar negócios também para as pequenas empresas potiguares”, defende o gerente do Escritório Regional do Sebrae no Seridó Ocidental, Pedro Medeiros.
O projeto do Ciscom é moderno e arrojado. As duas principais estruturas compreendem a parte industrial, que detém a maior área (350 mil m²) e as alas destinadas às empresas de comércio e serviços, com cerca de 60 mil metros quadrados. Toda a concepção do espaço foi pensada para abrigar empreendimentos de diferentes portes e por isso foi estruturado no conceito de pavimento padrão.
Assim, a empresa poderá ter um ou mais pavimentos para facilitar a implantação e adaptação do negócio. Na parte de estrutura, o projeto contempla também áreas de vivências, centro de monitoriamento, praça de alimentação, palco para eventos, alameda de serviços auditórios, estacionamento com bicicletário, capaz de comportar 1.688 veículos (incluisive ônibus e caminhões), e um condomínio industrial.
Suporte e apoio
Conforme previsto na parceria, o Sebrae dará todo o suporte para viabilizar não apenas à instalação das empresas no complexo, mas também no que diz respeito ao modelo de operação. Serão oferecidas consultorias tecnológicas especializadas através do programa Sebraetec, que subsidia até 70% dos custos dos serviços. Por meio das consultorias, as empresas terão acesso a orientações especializadas e customizadas para implementar soluções em sete áreas de inovação (Design, Produtividade, Propriedade intelectual, Qualidade, Inovação, Sustentabilidade, Tecnologia da Informação e Comunicação).
A instituição tem buscado estratégias para alavancar pequenos negócios da região, principalmente as oficinas de costura, cuja concentração é a maior do Rio Grande do Norte, e a indústria de produção de Bonés, já que o Seridó tem o segundo maior parque boneleiro do país. Daí o grande interesse e o fomnto através de parceria nesse projeto do Ciscom.
A ideia é criar um ambiente favorável para mais de 1.000 empresas, com suporte aos negócios, estímulo às parcerias e cooperação e facilidade de acesso a mercados para gerar novas oportunidades na região.
Mais fomento
O Complexo Industrial de Serviços e Comércio do Seridó funcionará como um grande ecossistema favorável ao desenvolvimento econômico, ao empreendedorismo e à fomentação do negócio local, através de toda uma infraestrutura que proporciona a sinergia necessária a realização de negócios, internos e externos, além do suporte ao crescimento econômico, geração de emprego, aumento de produtividade e performance, tornando esses empreendimentos mais competitivos.
“Trata-se de um projeto que tem como objetivo dar estrutura para que as empresas do Seridó, das cadeias de alimentos e bebidas, confecção, tecelagem e bonelaria, além do setor de serviços, tenham um espaço empresarial propício à expansão, concentrando essas empresas em uma área adequada à expansão e fortalecimento dos elos dessas cadeias”, exolica Pedro Medeiros.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Bonés e Chapéus do Rio Grande do Norte (Sindibonés-RN), Francisco das Chagas Sena de Medeiros, o Ciscom será fundamental para o setor produtivo, especialmente para o segmento de bonelaria, que tem na Região do Seridó 55 fábricas gerando mais de 1.000 empregos diretos.
“É com grande expectativa que aguardamos a implantação desse distrito industrial e comercial com a geração de empregos e renda para toda a nossa região, especialmente em Caicó, tanto na indústria como no comércio de bonés e de souvenirs fabricados na nossa região. Teremos ainda uma praça de alimentação com a nossa rica culinária e venda do artesanato”, afirma Sena, lembrando que o Seridó potiguar é o segundo maior produtor de bonés, depois de Apucarana no Paraná.
Agência Sebrae