Bem antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que há uma pandemia de coronavírus em curso no mundo, o home office já havia ganhado destaque entre algumas empresas mais inovadoras e que não dependiam de mão de obra presencial. Entre os vários benefícios apontados por estudos estão melhor qualidade de vida para os funcionários e maior produtividade no trabalho.
Segundo o Instituto de Pesquia Econômica Aplicada (IPEA), nas regiões metropolitanas, as pessoas levam, em média, 43 minutos para chegar até o trabalho. Isso sem contar o tempo da volta. São quase 2 horas perdidas no trânsito.
“O homeoffice elimina o estresse do trajeto e permite dedicar mais tempo à família e atividades de lazer, o que torna os colaboradores mais produtivos e engajados. Não à toa, as maiores multinacionais e diversas startups adotaram o modelo nos últimos anos”, destaca Susana Falchi, CEO da consultoria HSD, especializada em Recursos Humanos.
Mas o fato é que institucionalizar o trabalho remoto não é fácil. No Brasil, apenas 5,2% do total de trabalhadores, excluindo-se o setor público, fazem homeoffice regularmente, segundo pesquisa do IBGE divulgada em dezembro passado. Por conta da pandemia, contudo, a OMS recomenda que a prática seja implementada nas empresas em todo o mundo, como forma de conter a rápida proliferação do vírus.
O indicado, então, é seguir algumas regras que garantam a adaptação tanto dos times quanto de seus líderes. Confira 4 dicas que a especialista em RH, Susana Falchi, destaca para que as empresas e seus colaboradores tenham êxito nessa iniciativa:
Estabeleça uma rotina
- A disciplina é fundamental para se trabalhar em casa. Por isso, reuniões diárias ou semanais online podem ajudar a organizar o time e a programar uma agenda. Além disso, é uma ótima maneira de estreitar o relacionamento entre a equipe. Afinal, apesar de não estarem todos no mesmo ambiente físico, ainda é preciso que se comuniquem, troquem informações e trabalhem por algo comum com a mesma determinação. É também um momento em que se pode compartilhar os problemas encontrados individualmente e buscar soluções conjuntamente.
Use tecnologia adequada
- O colaborador deve ter a sua disposição todos os recursos necessários para trabalhar em outro ambiente que não seja o escritório. Antes de anunciar a nova medida, verifique com o time de tecnologia se isto é possível. Todos os seus softwares desempenham na nuvem? Funcionam remotamente? É preciso garantir que o profissional terá todas as ferramentas do dia a dia também em sua casa. Isso inclui suporte de segurança, principalmente na troca de dados importantes. Um time de TI ágil para resolver problemas deve ficar à disposição.
Adote indicadores de gestão
- Para saber assertivamente em que sua equipe home office está trabalhando é possível usar ferramentas de gerenciamento de tarefas. Assim o gestor delega as funções e pode acompanhar o desenvolvimento de cada uma. Hoje em dia há plataformas, softwares e aplicativos para quase tudo: gestão de compromisso, monitoramento de tempo, compartilhamento em nuvem, gerenciamento de projetos, comunicação via internet, enfim. Nesse quesito, não há mais desculpas para não se adotar o modelo.
Conheça a equipe
- Nem todo colaborador tem perfil para trabalhar em casa e muitos não se adaptam. Isso deve ficar muito claro para toda empresa. Então, avalie as funções de todas as áreas e profissionais. Determine quais funções terão este benefício e estruture argumentos para justificar a não implementação em outros times. Tudo deve ser muito transparente e alinhado aos objetivos de negócios e funções de cada setor.