A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e as medidas restritivas impostas como forma de conter a doença provocaram mudanças no comportamento de muita gente, inclusive nos hábitos de consumo. É o que aponta um estudo realizado pela BLU365, fintech especializada na recuperação de crédito com mais de 15 milhões clientes. Responderam ao questionário, 2000 pessoas, entre os dias 15 e 28 de setembro, de todas as regiões do Brasil.
Com relação à mudança de comportamento durante o período de quarentena, 75% dos entrevistados sentiram um aumento nas contas supermercado, água e energia elétrica por conta do trabalho em regime de home office. 13% passaram a gastar mais com delivery, enquanto os restaurantes estiveram fechados. 7% gastaram mais com um novo pacote de internet. 6% disseram ter contratado TV por assinatura e aplicativo de streaming. Outros gastos representaram 10% das opiniões.
“A pesquisa aponta uma mudança importante de comportamento e hábitos financeiros das famílias durante a pandemia. No geral, conseguimos perceber que as pessoas cortaram alguns gastos não-obrigatórios – principalmente os relacionados a lazer e entretenimento – e redirecionaram uma parte relevante desse orçamento para contas da casa como, por exemplo, supermercado, água e luz”, diz Alexandre Lara, CEO da BLU365.
Sobre os gastos de maneira geral, 50% dos entrevistados disseram ter reduzido as despesas durante a pandemia. 27% não notaram a diferença. 21% não conseguiram reduzir as contas.
Quase metade dos entrevistados, 49%, cortou gastos esporádicos como, por exemplo, restaurantes, passeios em geral, delivery e livros. 36% eliminaram contas fixas, como academias, negociou redução no aluguel, no pacote de TV por assinatura e aplicativos de streaming de filmes. 21% não conseguiu cortar estas despesas. 10% não renovaram seguro do carro, da casa e outros serviços que normalmente pagava. 8% reduziram os gastos básicos da casa, como gás, água e energia.
Sobre os produtos financeiros, 46% reduziram os gastos no cartão de crédito. 26% deixaram de pagar os débitos que já estavam em atraso. O mesmo percentual se aplicou a quem não conseguiu reduzir os gastos com produtos financeiros. 18% deixaram de pagar as parcelas dos empréstimos e financiamentos. 5% reduziram outras despesas.
“Um efeito significativo que observamos na BLU365 foi um crescimento significativo do pagamento de dívidas. Desde o início do impacto da pandemia na economia, em abril/20, a BLU observou um crescimento de 150% nas negociações feitas em sua plataforma, o que evidencia também que uma parte do orçamento economizado pelas famílias tem sido utilizada para quitar débitos antigos e voltar a ficar em dia com suas contas”, analisa João Netto, líder de Ciência de Dados da BLU365.