Com a 'libra', Facebook quer alcançar os desbancarizados

SEX. 21 JUN

Monetizar a vida digital e engajar a enorme parcela da população mundial que ainda não tem uma conta bancária. Estes são os principais objetivos do Facebook, que anunciou para 2020 o lançamento de sua criptomoeda: a libra (mesmo nome dado à moeda inglesa).

“Deveria ser tão fácil enviar dinheiro a alguém como é enviar uma foto”, comentou o CEO da empresa, Mark Zuckerberg. De acordo com Rafael Gregorio, em artigo escrito para o Valor Invest, "ter o poder de imprimir a sua moeda digital vai permitir ao Facebook recompensar seus usuários com unidades da cripto". 

Ainda segundo o redator, não há necessidade de uma empresa a criar sua própria moeda para adentrar o mercado de pagamentos. Mas, o Facebook criou e ele explica o porquê:

1 - a Libra tem enorme potencial para incluir os desbancarizados. Segundo dados da Unesco, quase metade dos adultos no mundo não têm conta bancária, e mais de US$ 25 bilhões são gastos por ano em taxas de remessas; o Facebook tem 2,32 bilhões de usuários, quase um terço da população mundial (7,7 bilhões);

2 - o controle sobre a emissão de uma criptomoeda permite não apenas vender unidades dela, mas também dá-las em recompensa. Afinal, o ativo mais valioso do mundo para uma rede social é a atenção de seus usuários – mais especificamente, o engajamento deles em publicações, curtidas e compartilhamentos.

Segundo informações do “Wall Street Journal”, empresas como Mastercard, Visa, Paypal e Uber vão investir mais de US$ 10 milhões cada uma para viabilizarem o projeto do Facebook. "Para especialistas, essa chancela por parte de gigantes do mercado de pagamentos pode ser o ponto de inflexão para fortalecer a confiança dos atuais investidores em criptomoedas, atrair novos participantes e consolidar as moedas virtuais de uma vez por todas", escreveu Rafael.

Outras criptomoedas valorizaram suas cotações, logo após o anúncio do Facebook, que movimentou todo o mercado financeiro. A cotação do bitcoin, por exemplo, atingiu um pico de US$ 9.477 nesta terça-feira(18), o maior valor em um ano. "Outras criptos, como ethereum e ripple, também viram seus preços subirem na terça-feira", afirmou Rafael.

 

  Revista Negócios
 Veja Também