Crédito: Fábio Rodrigues | Agência Brasil

Castello Branco: "Natureza não favoreceu ao Nordeste"

QUA. 01 JAN

No dia 8 de outubro de 2019, atendendo ao convite do deputado federal Benes Leocádio (PRB-RN) e outros deputados federais da Bahia, o presidente da PETROBRAS, Roberto da Cunha Castello Branco compareceu numa audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Ele participaria do debate sobre o 'Porquê da Petrobras decidir não mais investir no RN e BA'. Esta decisão tem gerado pânico e incerteza quanto ao futuro dos funcionários da companhia. Na antessala da comissão, antes de enfrentar os questionamentos da Comissão, o chefe da estatal conversou com exclusividade com a reportagem da REVISTA NEGOCIOS.net. Para Castello Branco, a "natureza desfavoreceu o Nordeste".

Questionado pela reportagem sobre os critérios da sua política de esvaziar as atividades da companhia em Natal e Salvador concentrando recursos no sul do país, o presidente da Petrobras respondeu categoricamente: “A decisão é técnica e estamos recuperando a companhia que foi saqueada durante anos. E precisamos recuperar os recursos, a credibilidade e o lucro. A natureza não foi favorável ao Nordeste temos que admitir. Vamos concentrar esforços no pré-sal, mas Natal e Salvador vão descobrir um mercado novo com a exploração dos campos maduros e a chegada de empresas especializadas neste segmento”, destacou.

O presidente da Petrobras assegurou à reportagem da REVISTA NEGÓCIOS que não fechará a operação no Rio Grande do Norte, mas apenas está priorizando investimentos da estatal para exploração dos campos de pré-sal e incentivando a criação de uma nova indústria petrolífera com entrada de “novos atores”, referindo-se às companhias privadas que estão adquirindo os campos terrestres maduros potiguares leiloados. “Entendemos a sua preocupação com o Rio Grande do Norte. Mas acho que estão distorcendo a realidade. É questão de mercado. Os campos maduros serão mantidos pelas empresas que ganharam nos leilões e a Petrobras vai manter a exploração dos campos marítimos no Rio Grande do Norte”, destacou Castello Branco negando que haverá “desmonte” da companhia no RN. “Desmonte fizeram com a Petrobras antes com a corrupção. Agora estamos construindo uma nova Petrobras”, declarou o presidente.

  Revista Negócios
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