O ambiente de investimentos em negócios inovadores vem evoluindo nos últimos anos no Brasil, levando o país a se classificar entre os 10 com o maior número de startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão no mercado, os chamados unicórnios. Com a ampliação do apetite dos investidores e do número de players no ecossistema, os donos de pequenos negócios também devem se preparar para captar investimentos, seja qual for a maturidade do negócio.
Há quatro anos no mercado, a startup cearense Chatbot Maker comemora o aporte de R$ 1,5 milhão que recebeu da gestora de Venture Capital KPTL. A conquista do investimento é resultado de uma trajetória empreendedora de muito aprendizado de Thiago Amarante (CEO) e Marlos Távora (COO). A empresa é a 4a startup criada pela dupla desde 2012. No ano passado, eles participaram do programa Capital Empreendedor, do Sebrae, quando tiveram a oportunidade de reencontrar investidores com quem já haviam tentado aproximação. “Esse investimento resulta do reencontro com a KPTL, que conhecia a nossa trajetória. Foi o match que precisávamos para chegar ao investimento”, conta Thiago.
No caso da Chatbot Maker, o início da pandemia coincidiu com o lançamento do novo produto, a Suri, uma solução de Inteligência Artificial pronta para as pequenas e médias empresas. “Crescemos mais de 500% em 2020, passamos de 25 clientes para mais de 150 clientes. A pandemia antecipou um processo de digitalização das empresas que já era esperado”, disse. A participação no programa foi fundamental para o amadurecimento tanto na parte financeira como na parte emocional, conforme destaca Thiago: “Sempre há coisas para aprendermos. Conseguimos identificar, com muita transparência, o que era bom e ruim tanto em mim quanto no Marlos e, ao mesmo tempo, arredondamos pontos da parte financeira do negócio”.
A analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Maria Auxiliadora, acredita que a evolução do ecossistema é fruto de inúmeros programas de aceleração, como o Capital Empreendedor, tanto por instituições públicas quanto privadas. “Iniciativas como a do Sebrae contribuem para a criação e desenvolvimento de empresas inovadoras e para a preparação de empreendedores para os desafios da inovação”, avalia. Segundo ela, as startups podem buscar investimento para os diferentes estágios de maturidade: “Desde o momento em que são apenas uma ideia, até quando o modelo já está consolidado e buscam expandir sua atuação. No entanto, é importante que o empreendedor entenda o estágio de maturidade em que o seu negócio se encontra para buscar modelo de investimento que mais agregará valor à empresa”.
Para o CEO da Chatbot Maker, antes de pensar em captar o investimento, o empreendedor deve ter consciência se o problema do seu negócio é dinheiro. “Para nós, foi importante entender que nem sempre o dinheiro é a solução, pois existe o momento correto para isso. Então é preciso entender em que fase está a sua empresa. Se está na fase de ideação é preciso provar algo, você provavelmente vai precisar de um investidor anjo. Agora se você já está em um momento que já começou a tracionar e a faturar, vale avaliar se não seria melhor executar mais e mostrar mais antes de buscar o investimento, pois isso conta muito na hora de captar um valor mais alto”, aconselhou.
A analista do Sebrae acrescenta que o empreendedor deve ficar atento se o perfil do investidor está alinhado ao negócio. “Além do recurso financeiro, o investidor compartilha seu conhecimento e experiência, contribuindo para a gestão do empreendimento, facilitando o acesso de novos mercados, ampliando e fortalecendo a rede de contatos do empreendedor e trazendo novas parcerias para o negócio”, orientou.
Agência Sebrae