Burocracia e incompetência do Poder Público estão entre os principais problemas nos atrasos das obras previstas para a Copa no Brasil. Às portas do Mundial da Rússia, só em Natal, um conjunto de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa que deveriam ser entregues em 2014 sequer têm previsão para conclusão: calçadas, drenagem, acesso ao aeroporto e mobilidade, principalmente, envolvendo a Avenida Capitão Mor-Gouveia, na Zona Oeste da cidade. 

Apenas as obras de mobilidade no entorno da Arena das Dunas foram concluídas, mas mesmo assim já apresentam problemas, como, por exemplo, a cratera que apareceu na Avenida Prudente Morais, quatro semanas atrás, e os constantes alagamentos nos túneis em dias de chuva. Duas grandes obras de iniciativa privada, também, foram concluídas: a própria Arena das Dunas, palco de quatro jogos na Copa de 2014, e o Aeroporto Aluízio Alves, de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.

Além do excesso de burocracia e da incompetência do Poder Público, são citados também como entraves para a conclusão das obras: falta de recursos, problemas políticos e com as construtoras (principalmente, as envolvidas na Lava-Jato) e impasses judiciais, como a própria operação Lava-Jato e desapropriações. Só o Rio de Janeiro, uma das 12 cidades-sedes da Copa de 2014, conseguiu concluir todas as obras, mesmo assim com atraso. 

Obras atrasadas em Natal
Segundo informações do portal G1, da Globo, edição Rio Grande do Norte, a obra mais atrasada em Natal é a da reforma e padronização de 55 km de calçadas nas avenidas que dão acesso à Arena das Dunas, na Zona Sul da cidade. As obras que começaram em 2013 ao valor de R$ 14 milhões não chegaram a 5% de execução e foram paralisadas. Um dos motivos alegados pela Prefeitura é a previsão de 500 desapropriações. 

A grande obra de drenagem, que seria a solução para os alagamentos em grande parte da cidade, também se arrasta. O projeto de macrodenagem, com extensão de 4,7 km, liga um grande túnel da Arena das Dunas até o rio Potengi. Não há previsão de entrega desta obra de saneamento, que já ultrapassou 80% da execussão, segundo apurou o G1/RN, e tem previsão de custo na ordem de R$ 194 milhões. Resta a perfuração de 1 km do túnel. 

As obras de melhoria na BR-101, na altura da entrada para a Cidade Satélite e avenidas Abel Cabral e Maria Lacerda, que ligam ao bairro de Nova Parnamirim, e as obras nas proximidades de Emaús estão em fase de implementação. Porém, as obras que envolvem melhorias na avenida Capitão-Mor Gouveia, Viaduto da Urbana e avenida Tomaz Landim foram paralizadas por falta de recursos e não tem previsão para retomada.

Outra obra que se arrasta, com nova previsão para o segundo semestre, é a dos acessos ao aeroporto de São Gonçalo. Porém, a iluminação destes acessos, um problema antigo reclamado por quem utiliza as vias, não tem prazo para conclusão.