O crédito no estado cresceu de R$ 53,7 bi para R$ 61 bi em um ano, mas tendência de crescimento dos juros abre espaço para melhores retornos em investimentos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou, nesta quarta-feira (19), um novo aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, elevando os juros básicos da economia para 14,25% ao ano. Com a quinta alta consecutiva, a taxa atinge o maior patamar desde julho de 2006.
A medida busca conter a inflação ao influenciar o custo do crédito e o nível de atividade econômica. No Rio Grande do Norte, os reflexos da política monetária podem ser observados nos números do Banco Central, embora seus efeitos plenos levem tempo para se manifestar.
A carteira de crédito no estado cresceu de R$ 53,7 bilhões em dezembro de 2023 para R$ 61 bilhões no mesmo período de 2024. Já a taxa de inadimplência caiu de 9% para 7,47%.
Apesar desse cenário, a tendência é de desaceleração na concessão de crédito devido ao encarecimento dos financiamentos. Com isso, o foco se desloca para alternativas mais vantajosas, como os investimentos em renda fixa, que se tornam mais atrativos com a elevação dos juros, que devem continuar subindo.
A alta da Selic amplia os ganhos de aplicações atreladas à taxa básica de juros, como o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC) e os investimentos em Tesouro Direto, Fundos de Renda Fixa e Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs).
“Esse cenário abre uma excelente oportunidade para os investidores, principalmente aqueles que buscam segurança e rentabilidade. Com a taxa em 14,25%, produtos de renda fixa se tornam ainda mais atraentes, superando a inflação e garantindo retorno real positivo”, explica Erli Bandeira, Consultor de Negócios da Central Sicredi Nordeste.
Ele destaca que, na atual conjuntura, o investidor pode estruturar uma carteira equilibrada entre liquidez e rentabilidade. No Tesouro Direto, por exemplo, títulos indexados à Selic e prefixados oferecem retornos mais elevados. Já os Recibos de Depósito Cooperativo (RDC) passam a pagar percentuais acima de 100% do CDI, tornando-se opções vantajosas para diferentes perfis de investidores.
“Além disso, aplicações isentas de imposto de renda, como LCIs e LCAs, se tornam ainda mais competitivas. Com os juros altos, o mercado de renda fixa atrai investidores que antes buscavam opções mais arriscadas, como a bolsa de valores”, complementa Bandeira.
Para os potiguares que costumam recorrer ao crédito para consumo ou financiamento de bens, a recomendação do especialista é redobrar o planejamento financeiro. “Com os juros mais altos, é essencial avaliar bem antes de assumir dívidas. Ao mesmo tempo, quem tem reserva financeira pode aproveitar esse momento para investir com retornos mais expressivos e previsíveis”, pontua Erli Bandeira.