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Apesar dos impactos, 90% das PMEs enxergam oportunidades na pandemia

 

Segundo pesquisa inédita da Serasa Experian, 90% das micro, pequenas e médias empresas brasileiras conseguiram enxergar novos caminhos e oportunidades na pandemia para manterem suas atividades. O dado é relevante, ainda que quase metade (49%) dos empresários entrevistados tenha admitido impactos negativos para sua empresa nos últimos meses. Dentre as oportunidades, as três principais foram: aprender novas modalidades de vendas e/ou prestação de serviços (38%), empreender e inovar (33%) e rever parcerias e fornecedores (33%).

Na visão por porte, a possibilidade de investir em novas tecnologias ficou mais evidente nas médias empresas (34%), percentual acima do total (26%), veja abaixo a tabela completa. A pesquisa foi realizada em novembro de 2020 e ouviu executivos de 521 micro, pequenas e médias empresas de diferentes segmentos em todo o país.

O vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian, Cleber Genero, comenta que a pandemia impactou fortemente os negócios, mas quem soube aproveitar as oportunidades encontrou novas formas de gerar receita e vai sair mais fortalecido deste período. “Com menos fluxo de caixa, as empresas de menor porte dependem das vendas para manter o negócio girando, então quem soube se diferenciar na pandemia, teve seu negócio potencializado. Agora, é hora de manter o que deu certo e pensar em novas estratégias que possam alavancar ainda mais, sem deixar de lado o investimento em ferramentas que garantam a segurança das transações”, diz.

A pesquisa analisou ainda a expectativa de crescimento na retomada dos negócios, com 52,6% dos participantes afirmando que pretendem expandir e 29,2% dizendo que pretendem voltar ao mesmo patamar de antes da pandemia. Ao serem questionados quando ocorrerá a retomada, a maior parte (32%) diz que em até seis meses, enquanto outros 29,6% afirmam já terem retomado as atividades – por regiões, 36,4% das companhias do Nordeste dizem já terem feito este movimento.

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, reforça que este ano ainda trará muitas incertezas econômicas, com menos incentivos do governo e tendência de aumento da taxa Selic. “As empresas precisam estar atentas e aproveitar qualquer chance de engordar a receita e reduzir gastos, como renegociando dívidas neste momento de baixa de juros. É essencial ainda que seja traçado um plano de negócios para enfrentar momentos como este com menos turbulências”, diz.

As mudanças estruturais nas empresas se refletiram nos investimentos feitos ao longo de 2020. Mais da metade dos entrevistados (53,2%) citaram a alocação de recursos no trabalho e atendimento remotos, enquanto outros disseram ter buscado tecnologias para vender mais e melhor remotamente. A gestão financeira foi mencionada por 39,4% das companhias, no total geral. Na visão por portes, as pequenas foram as mais preocupadas com este ponto durante a pandemia, enquanto as micro estavam focadas nas tecnologias para vender mais.

Impacto negativo foi maior em empresas de serviços

Dentre todas as empresas que participaram da pesquisa, 49% afirmaram que sofreram impactos negativos, 36% não sofreram qualquer impacto e 15% dizem ter sido positivamente afetadas pela pandemia. As que mais afirmaram ter sofrido neste período foram as do setor de Serviços (66,4%), ante 64,3% do Comércio e 52,8% da indústria. Entre aqueles que dizem ter sofrido algum impacto durante a pandemia, 99,2% contam ter tido desafios, principalmente nas áreas financeira, comercial e de relacionamento com os clientes.

“São em momentos como esse que observamos a importância de ter um negócio estruturado, com planejamento financeiro e um plano para a empresa. Ainda que 2021 tenha um cenário incerto, é preciso se organizar para continuar buscando receita e fazendo adaptações ao negócio, considerando um ambiente cada vez mais digital”, finaliza o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian, Cleber Genero.

Metodologia

Foram entrevistados executivos de 521 micro, pequenas e médias empresas em todo o país, que atendem consumidores, empresas ou os dois públicos. Participaram representantes dos segmentos de Serviços, Comércio Varejista, Comércio Atacadista e Indústria. O levantamento foi feito entre 6 e 19 de novembro de 2020.

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