Crédito: João Vital | Governo do Estado

Agricultores de Maxaranguape vão aumentar produção em 50% com chegada de equipamentos

 

A vida mudou muito nos últimos 10 anos para os agricultores André e Luiza, moradores de um assentamento na zona rural de Maxaranguape, distante 51 km de Natal. O 0,8 hectare inicial se transformou em quase sete plantados com manga, banana, caju, goiaba, mamão, melancia, macaxeira, feijão e miniabóbora. E depois de uma injeção de investimentos na produção, eles se preparam para uma nova guinada.

"A gente quer aumentar nossa produção em mais de 50%", conta Carlos André Mendes, 43 anos, dos quais 24 foram dedicados à agricultura. É que em setembro do ano passado eles receberam o incentivo que faltou ao longo da última década: um minitrator com carroça, uma enxada rotativa e uma roçadeira. Os equipamentos chegaram graças a um edital do Governo do RN, via projeto Governo Cidadão, com recursos do Banco Mundial.

Um serviço que antes demorava até cinco horas para ser feito por dois homens manualmente, na plantação de manga, hoje pode ser realizado em no máximo uma hora e meia. Os equipamentos agrícolas têm feito toda diferença e impulsionado o casal a sonhar ainda mais alto. "Tudo que a gente fazia antes era com um jumento, uma carroça e uma enxada manual. Demos um salto grande com a chegada dessas máquinas. Queremos aumentar a produção e fazer um miniprocessamento, colocando as frutas em bandejas e papel filme. Esse é o nosso sonho agora", conta Maria Luiza Silva, 42.

A vida era realmente difícil antes do minitrator chegar. Os agricultores chegavam a perder parte da produção por não ter condições de limpar o terreno e afastar o mato. Agora, de ânimo renovado, uma das áreas que querem ampliar é a de miniabóbora, que tem vendido muito na Cecafes. Os números são impressionantes: a colheita pode chegar a 200 quilos a cada 100 dias.

As bananas, por sua vez, são em torno de 10 mil por mês. Na safra da manga, chegam a encher 800 caixas de 25 quilos cada uma: um total de 20 mil quilos da fruta. O mamão, que ainda está em fase de experimentação, já rende em média 100 quilos por semana. Sessenta por cento da produção do casal é comercializada na Central da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cecafes), em Natal. O restante é vendido via Cooperativa dos Produtores Rurais de Guanduba (Guancoop), a qual são vinculados, para programas governamentais como o Compra Direta. O excedente fica com os produtores de polpa de fruta da região.

Técnicos agrícolas desde 1996, eles passaram boa parte da vida sonhando em cuidar da própria terra. Saíram de Pernambuco em direção ao RN em 2002, trabalharam anos em fazendas alheias, mas em 2010 o sonho se tornou realidade: começaram a plantar no pedaço de chão que dá frutos e o sustento da família até hoje.

  Revista Negócios
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