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98% do lixo produzido no RN não é reciclado e Estado deixa de ganhar R$ 670 mi por ano

QUA. 02 JUN

Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), números atestam que ainda falta consciência sustentável no Rio Grande do Norte. Isso porque 98% do lixo produzido no Estado não é reciclado, fato que faz o RN deixar de ganhar cerca de R$ 670 milhões por ano com a conversão de resíduos sólidos em novos produtos.

As informações são do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado (SindRecicla-RN), que afirma que os seus associados operam hoje com apenas 65% da capacidade que possuem. Ou seja: há condições de receber bem mais recicláveis que a oferta atual. Além do prejuízo em receita, o RN perde também na geração de empregos: 15 mil aproximadamente.

De acordo com o presidente do sindicato, o empresário Etelvino Patrício de Medeiros, os prejuízos da não reciclagem são ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública. “Ainda destinamos a aterros e lixões materiais com longo processo de decomposição que poderiam ser transformados em receita e empregos, deixando de ameaçar o Meio Ambiente e a saúde das pessoas”, explica ele.

O desempenho ruim do Rio Grande do Norte no que diz respeito à reciclagem é reflexo do que acontece em todo o Brasil. O problema, como conta Patrício, é que os índices registrados no Estado ainda são menores que a média nacional: apenas 2% do lixo é reciclado no RN enquanto que, no país, esse número sobe para pouco mais de 3%.

Em tempos de pandemia, com o aumento do lixo doméstico e a economia mais debilitada, torna-se ainda mais urgente a identificação do potencial econômico do lixo, diz o presidente do SindRecicla-RN. “A reciclagem ainda é subestimada pela sociedade, mas ela tem capacidade de restabelecer empregos e negócios que estão sendo subtraídos todos os dias”, afirma ele.

Patrício acredita ser possível uma mudança nesse quadro, a partir da mobilização social em favor da reciclagem. O que passa, segundo o presidente, pela própria conscientização das pessoas, mas também por ações do poder público com o intuito de informá-las e orientá-las. Campanhas educativas, por exemplo, cumprem um papel importante nesse contexto, de acordo com o empresário.

O SindRecicla-RN conta hoje com 33 associados, que recebem materiais diversos, tais quais plásticos, metais, papelões e resíduos da construção civil. O produto dessa reciclagem é enviado para outros estados e até outros países. Resultados da transformação não somente do descartável em utilizável, mas principalmente do que já não tem mais serventia em boas e novas perspectivas.

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